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Condição da Juventude no Brasil

quarta-feira, 01 de abril de 2009. Autor: Projeto Juventude

Como vivem os jovens brasileiros 
Os jovens de 15 a 24 anos representam cerca de 20% da população do país.  São 33 milhões de brasileiros, dos quais 80% vivem na área urbana (IBGE, 2000). 
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2001), cerca de 3,7 milhões desses jovens estão sem trabalho, representando 47% do total de desempregados no Brasil.   A taxa de desemprego aberto para os jovens situa-se em torno de 18%, contra 9,4% da média brasileira.
Ao mesmo tempo, 17 milhões, isto é, metade dos jovens brasileiros, não estudam. Dos que estudam, 43,2% possuem até o ensino fundamental completo, 43,5% estão cursando ou completaram o ensino médio e apenas 13,3% conseguiram alcançar o ensino superior.

Juventudes brasileiras: diferenças e desigualdades sociais 
 O desemprego entre os jovens pobres é significativamente maior (26,2%) do que entre os mais ricos (11,6%).  Entre os jovens ricos há predominância do trabalho assalariado (77,1%) e, dentro desse universo, quase dois terços (49,0%) possuem carteira assinada. Entre os jovens provenientes de famílias pobres, apenas 41,4% têm trabalho assalariado e, desses, a grande maioria (74,3%) não tem carteira assinada.
Gênero e raça também são fatores que interferem nas trajetórias dos jovens. As moças ganham menos que os rapazes quando ocupam os mesmos postos de trabalho. E a “boa aparência” exigida  para certos empregos  exclui os mais pobres e, particularmente, jovens negros e negras.
Há ainda um outro critério de diferenciação: o local de moradia. Para os que vivem nas grandes cidades, o estigma de certas  áreas urbanas pobres e violentas expõe os jovens à violência e à corrupção dos traficantes e da polícia.  Ao preconceito e discriminação de classe, gênero e cor adiciona-se o  preconceito e a “discriminação por endereço”. Para a inserção no mercado de trabalho o “endereço”, muitas vezes, torna-se um critério de seleção. O local de moradia interfere também  no acesso a equipamentos urbanos, na busca de grupos de referência, na maior ou menor probabilidade de se ligar a atividades ilícitas, na virtualidade  da morte precoce.
São poucas as pesquisas  sobre o jovem das pequenas cidades.  Ainda não foram bem estudados os efeitos das disparidades regionais no conjunto da juventude brasileira.  Muito se fala em saída dos jovens para as grandes cidades. Entretanto, há jovens que estão na área rural em acampamentos, assentamentos, no trabalho assalariado, na agricultura familiar, no extrativismo, nas terras remanescentes de quilombos, nas populações ribeirinhas. Suas demandas estão relacionadas com acesso à terra e instrumentos de política agrícola e, também, à educação de qualidade, cultura e lazer.
Níveis de renda, relações de gênero, discriminação racial, local de moradia revelam desigualdades sociais que afetam a juventude brasileira.  Também devem ser lembradas as diferenças de estilo, identidade, religião e orientação sexual. No entanto, a despeito da diversidade existente, os jovens brasileiros se deparam com dificuldades comuns. Suas demandas expressam as necessidades de desenvolvimento econômico e social colocadas para o conjunto da sociedade e também evidenciam a urgência de políticas específicas que transformem os jovens brasileiros em sujeitos de direitos.

Políticas públicas específicas para os jovens brasileiros
O tema juventude ganha cada vez mais espaço por mérito de diferentes atores juvenis e entidades que se mobilizam e cobram respostas para situações de exclusão que ainda são muito frequentes.
 O momento atual é de diálogo e avaliação da experiência recente,  para  transformar programas e projetos governamentais e não-governamentais em políticas públicas nacionais, específicas para o jovem, buscando a universalização de acessos à educação, ao trabalho e à cultura, e lidando com a diversidade sem cair na fragmentação.
Ainda não foi sistematizado um conjunto articulado de políticas para os jovens.  Falta um diagnóstico mais complexo e abrangente, que leve em conta as múltiplas dimensões envolvidas, assim como espaços reconhecidos de debate, que reúnam os diferentes atores interessados em aprofundar esse leque de temas.
Por tudo isso, é preciso começar por um extensivo trabalho de coleta, identificação, mapeamento, sistematização e análise. Só com base em tais estudos e pesquisas as discussões poderão se aprofundar até atingir um novo patamar de compreensão e alcance para as propostas a serem formuladas.

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